quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Contribuição poética...

Dia 21 de dezembro de 2030, a minha pequena Isadora passeia no teleférico da costa leste da Lagoa da Conceição. Para muitos, isso seria uma ficção, mas para a equipe do projeto Vita et Otium é apenas um dos exercícios propositivos para o litoral de Santa Catarina.

Hoje, assisti como um filme de “Avatar”, como serão o litoral e a serra catarinense nos próximos 20 anos. É um projeto de arquitetos visionários que olham não mais para os mapas, mas para o google earth ...desenham cidades e magias e fazem a gente gostar mais desta terra. Assim como Silva Paes, desbravam novamente os caminhos pelo mar, devolvem o olhar na paisagem esquecida e coberta pela conurbação das cidades.

Ecogenese reconstituída pela magnitude da natureza, da mata ao mar, das copas das árvores às areias das praias, dos pássaros aos peixes... toda esta plenitude está posta nas mãos dos homens: destruir ou conectar?

A conectividade impregnada nesta natureza de paisagem humana é a essência deste projeto. Conectar-se contem o mesmo significado de religar-se, que é o princípio básico das religiões. Religar é voltar a ligar o que estava unido: a natureza e o homem, o céu e a terra. Aqui a conectividade está presente também nas vias, nas linhas, nos modais agrupados pelas etnias, pelos parques, pelas lagoas, pelos aeroportos, pelas rodovias e pelos portos.

A visão deste religamento com a natureza, só foi possível num vôo de helicóptero para sentir a modelagem da serra debruçando no mar, como um verdadeiro vôo de pássaro!

O projeto Vita et Otium assume esta dimensão global, de vôo quando aterrissa e toca a terra, a cidade e organiza sua urbe, ou se distancia na linha do horizonte do oceano e devolve a beleza da nossa serra batizada como propriedade nossa também...

Uma forma tão simples de juntar os pontos. Como uma inimage (uma imagem dentro da outra), montou-se novamente esta collage: natureza e espaço construído pelo homem. Esta conectividade, este reatamento é o próprio ato de educar, de cuidar, de se apropriar. Quando o brigadeiro Silva Paes pensou nas fortificações, foi muito mais que ampliar a visão dos pontos estratégicos contra os invasores, foi demarcar, apropriar-se do território e conhecer os segredos do mar... para saber governar!

Arq. Urb. Gladys Neves

21/12/2010

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