OBRAS DO FUTURO
Propostas para um litoral muito diferente em SC
O governo do Estado investiu R$ 1 milhão do Fundo Estadual de Incentivo ao Turismo para um estudo que reavalia a ocupação do litoral catarinense. O projeto, elaborado por um grupo de 40 arquitetos do Instituto Silva Paes, de Florianópolis, propõe alterações audaciosas, como a mudança do traçado da BR-101, a construção de um aeroporto internacional em Tijucas e um porto náutico flutuante.
A primeira etapa do projeto batizado como Vita et Otium (vida e ócio, em latim) foi apresentada às Secretarias de Estado de Planejamento e de Turismo neste mês. Nela constam as propostas gerais para o litoral catarinense e as detalhadas da Grande Florianópolis. Os das outras regionais serão entregues em março.
A ideia do arquiteto Nelson Saraiva da Silva foi apresentada em sua tese de doutorado, na Universidade de São Paulo (USP), em 2005. Em 2010, ele montou uma equipe para o projeto, que, segundo sua definição, planeja o litoral com base nas vocações turísticas, de locomoção e moradia.
Uma das medidas prevê o recuo da BR-101 entre Palhoça e Biguaçu, construindo um bulevar no ponto onde hoje passa a rodovia, em São José. O engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) João José Vieira aprova a sugestão por considerar que o tráfego interno atrapalha a finalidade da via: ligar grandes centros.
A construção de um porto náutico flutuante, perto de Governador Celso Ramos é mais polêmica. O diretor executivo da Brasil Cruiser, associação dos terminais de cruzeiros, Ernesto São Thiago, acredita que o custo seria elevado em comparação a um porto em terra. O orçamento não foi feito. Já as recomendações para criar parques ecológicos abertos à visitação anima o presidente da Federação de Convention e Visitors Bureaux de SC, Ricardo Ziemato:
– É um trabalho importante, mas precisa ter continuidade.
Para concretizar as obras recomendadas no estudo, serão necessárias muitas negociações políticas, recursos, autorizações ambientais, além dos projetos arquitetônicos e estudos de viabilidade.
– Consideramos necessário solucionar, principalmente, os problemas de locomoção para desenvolver o turismo – afirma o secretário de Turismo Valdir Walendowsky.
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ROBERTA KREMER
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